Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação prevê taxa básica de juros chegando a esse patamar em setembro
São Paulo, 18 de março de 2024 – A Selic deve encerrar o ano em 9%, segundo o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ante uma projeção de 9,25% anteriormente. Para os economistas, esse patamar deve ser atingido em setembro e mantido até dezembro.
“Reduzimos o ponto terminal dos juros, mas há uma preocupação de parte do grupo em relação à manutenção do ritmo de queda da Selic, sobretudo diante das perspectivas para os juros externos e da dinâmica dos preços de serviços” afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 3,8% para 3,6%, portanto inferior ao teto da meta estipulada para este ano (4,5%). Já para o PIB, a projeção de crescimento em 2024 passou de 1,7% para 2,0%, com o patamar máximo observado na discussão entre os economistas em 2,5% e o mínimo em 1,2%.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 4,90 para R$ 4,93. No cenário externo, a principal discussão é relacionada aos juros americanos. Apesar da expectativa de que o Fed (Federal Reserve) inicie o ciclo de queda em junho, os últimos indicadores dos Estados Unidos aumentaram as incertezas do mercado. Na avaliação dos economistas, se a inflação continuar resiliente, os juros ficariam altos por mais tempo e isso prejudicaria os investimentos em mercados emergentes como o Brasil.
Na análise da política fiscal, o grupo reduziu a projeção para o déficit primário de 2024 de 0,80% do PIB para 0,70%. Já a previsão para a dívida bruta do setor público passou de 78% do PIB para 77,5%.
Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 19 de março.
*Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é formado por 25 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.